São Paulo
não merece mais esse "são" em seu nome (há muito tempo): perdeu
qualquer sanidade ou santidade pretensa.
Tensas se
tornaram as relações entre habitantes ou passantes, aqueles que estão no olho
do furacão ou que vivem nas bordas.
Trans
Paulo, esse deveria ser o nome. A cidade do transito (não mais da garoa).
Transito, que é senhor da vida e da morte, do tempo, das relações humanas.
Transformador
elementar: a chuva que já significou vida, hoje trás angústia, letargia,
morte, pois significa a visita deste senhor implacável, que cresce se alimentando
mais e mais dos corpos, dos sentimentos e membros que leva.
Transita
bons sentimentos em seus opostos, vantagens em nulidades. "Aqui tenho
tudo" "Mas como faz pra chegar?" "Com esse transito, não
chego."
E no
fim o que realmente passa é a vida. Ela se vai, ela se perde, como todos que
também perdem um outro pouco: uns a cabeça, outros o braço e muitos o direito a
um abraço.
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