terça-feira, 12 de março de 2013

Trans Paulo - Crônica

São Paulo não merece mais esse "são" em seu nome (há muito tempo): perdeu qualquer sanidade ou santidade pretensa.

Tensas se tornaram as relações entre habitantes ou passantes, aqueles que estão no olho do furacão ou que vivem nas bordas.

Trans Paulo, esse deveria ser o nome. A cidade do transito (não mais da garoa). Transito, que é senhor da vida e da morte, do tempo, das relações humanas.

Transformador elementar: a chuva que já significou vida, hoje trás angústia, letargia, morte, pois significa a visita deste senhor implacável, que cresce se alimentando mais e mais dos corpos, dos sentimentos e membros que leva.

Transita bons sentimentos em seus opostos, vantagens em nulidades. "Aqui tenho tudo" "Mas como faz pra chegar?" "Com esse transito, não chego."

E no fim o que realmente passa é a vida. Ela se vai, ela se perde, como todos que também perdem um outro pouco: uns a cabeça, outros o braço e muitos o direito a um abraço.

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