domingo, 30 de setembro de 2012

Poema - Satélite

Meio que pensei em voltar aqui quando estivesse bem inspirado ou com algo legal para partilhar. A ideia inicial do blog se perdeu, foi consumida pelas prioridades e urgências da vida, mas nem posso reclamar. Qualquer causo, coisa ou situação é leve perto do que já passei, mesmo estes reveses acabam sendo pequenos.

Não manter uma ideia desde seu principio seria algo negativo? Não poderia ser encarado como uma evolução?

As vezes me pego pensando assim. Até que ponto as experiências são negativas? Não seriam só experiências? É nosso ponto de vista que vai dar o tom, ao final. É ele que vai definir o que é bom ou não. O fato (meu fato) é que tudo tem dois lados a se considerar.

Ao mesmo tempo em que me afastei de certas pretensões que tinha, acabei me aproximando mais de mim. A vida, para variar, continua me ensinando coisas novas em cada dia que se passa. Mesmo quando parece não se ter o que aprender, depois de um tempo acontece da memória trazer a tona considerações, frase e toda sorte de coisas mesmo dos dias mais mornos.

E mesmo quando as noites parecem perdidas, quando a única coisa que sobra é comer os quilômetros de asfalto de volta para o seu canto no mundo, podemos ter uma bela surpresa, olhando no horizonte uma lua cheia, amarela, sólida, hipnotizante e praticamente absoluta no céu. 

Não nhá em mesmo um misero descrente que não se inquiete com um visão dessas.

Satélite

A Lua mimetiza um sol suave
no escuro profundo e sensorial,
Ela, que é a deusa dos desejos leves.

Flutuando, medito o bem e o mal.

Suave e leve, posto que alforria
a humanidade dos grilhões da moral.
Na Terra não é sensível sua gravidade.

Magnética, inunda olhos e coração.
Sua luz atrai olhares e mares,
a sombra leva ao futuro a visão.

Humano coração não sabe a gravidade.

Inconscientes, a alma e a razão,
Não sabem quão bem se casam
Seu sentir sentidos, seu cálculo racional.

O humano não pode ser metades
independentes, ou fazer sentido
ou todo um ser de emoção.

A Lua ensina pois ela É,
Mas também inspiração.
Foto: Melissa Coelho

domingo, 2 de setembro de 2012

Poema: A vida na superfície da folha em branco

Simples, direto e sem firulas. Esse poema assim saiu e assim vai. Foi meio como redescobrir o tesão juvenil de escrever versos. 

É bom, não é? Não sei.

Sei que é quase uma prosa, que proseio com você que aqui está para ler estas linhas.

E ae, tua vida ta passando em brancas nuvens?


A vida na superfície da folha em branco

Em pé, vivendo e morrendo continuamente. 
Essa é a ordem natural da vida.
O velho, a base do novo que nasce e que vem. 
Seu pó, alimento das sementes que também o serão.

Me mantenho firme, vivendo e acumulando histórias, 
para quando meu cofre delas se encher,
eu poder acumular outras mais.

Em pé mantenho a postura, punhos cerrados.
Luto, constantemente.
Passar em branco não é uma opção.

Vou vivendo, rabiscando folhas,
retirando os brancos absolutos 
com meus pesadelos e sonhos.

Acumulo minhas e outras histórias.
Viver em branco não é uma opção.
A vida na superfície da folha em branco,
em brancas nuvens não passará.

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