quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Ciclo




...contínua
Segue em seu ciclo
Para fechar o círculo
Cheio de histórias
De uma vida...


Alvorecer tardio




O sol surge finalmente
No céu que se abre.
O sentir imediato
É pular a janela
E enquanto caio
Aproveitar a luz
E me fazer voar
Antes que essa
Minha fantasia
Se interrompa
No concreto
Do chão.


Espelho mágico




Misto de fogo e areia
Reflete um céu com estrelas.
Longe, aparece os anjos
Sem ternura. Um sonho louco.

É o céu que veio à terra,
O céu em que mora Apolo.
Sou eu virado às avessas,
Já não há um fim e nem prólogo.

Me contradigo, Não lhe rezo.
Admiro e ignoro.
Em pedaços, eu me despeço.
Dura face guarda o choro.

Dupla face cobre cinismo.
Tragicômico destino!
Sarcasmo nessa mente áspera,
Desabando desesperada.

No circo, poder e desejo.
É o leão quem dá o beijo.
Neste palco me apresento,

Mantendo meu íntimo intento.

Super-herói




Quero correr
Mais rápido que a luz.
Ir mais longe
Que o som.
Voar mais alto
Que as estrelas.
Ir além do universo.

Para escapar de mim
E meus excessos.


domingo, 5 de janeiro de 2014

Diálogo




Geralmente se prega decisão.
De verdade, todos são indecisos.

Por enxergar pelo olhar do outro o outro
É preciso fazer o exercício de
            “Eu Primeiro!”

Problema é você ser o outro.
Num espelho, o outro é você.
A violência é um sentido de proteção
Para amenizar o estado nonsense.

Ah! Brigar consigo
            “esquizofrênico”
Foi o que detonou contigo.

Quando vem o cansaço
As políticas vão escada abaixo.
Lidar com tanto que é pouco...
O mundo desmoronando, tu em baixo.

Não cai só o velho mundo, só.
A desesperança é geral.
Sobras do futuro incerto.
Mata a todos, Mata o dia. Mata.

Parece que vivemos a grande guerra.
             “Suicidas”
Por todos os lados personas mutiladas.

Suas belas palavras
Não mais comungam.
Vão perdendo os sentidos
E sobram eus num espelho.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Passional




Sozinho em meu quarto
Agora eu sou o aço,
Que penetra a carne,
Empurrando para dentro    
Nefastos prazeres,
Pigmentos, a salvação!

Eu posso ser a dor e o prazer,
Depende do que procura e quer,
Depende do uso que me faz.

Eu sou a dor e o prazer
Que moram, vizinhas,
No mesmo canto do cérebro.

O que você vai escolher?
Sou dor e prazer.
Crime passional.

Amor passional.

Amplidão claustrofóbica




O inverno vem trazer
Desespero ao coração.
Comprime o peito o peso
De espíritos suspensos.

O olhar se estende,
Não voa além do teto
De nuvens densas.
Ao muro se prende.

O calor foi com o vento,
Como pessoas que vão, fechadas,
Em fria e úmida indiferença,
Ou jazem pelo caminho, fétidas.

Parece que a luz dos carros
Tencionam cegar, por escárnio,
Estes olhos que aparentam
Um par de velas vacilantes.

Tremem com o corpo que treme,
Pelo frio que se faz presente,
Pelo carinho que se faz passado,
Pela esperança que se faz distante.

Já vivi mil e um sóis intensos
Por mil e uma noites extensas,
Mas hoje o que bate na alma,
No mesmo lugar, é a afiada lamina:
"Morremos no momento que nascemos".

A casa não respira,
Não há quem nela respire,
Nem um (nem meu)
Espírito se lamenta ou geme.

Só o vento lá fora,
Em fria e úmida indiferença.
Só a certeza de que hoje
Morri, um tanto mais do além.

Pedaços e pó




Os neons nas boates tem a cor da saudade,
Igual às luzes das cidades e dos carros,
Contrastando noites. Cinzas, chumbo.

É isso e os olhos que abandonaram a paz,
A cada volta indo mais longe nas órbitas.

É isso. Ouvindo músicas que não tocam
E que compassam um sentir lento.

Distância que rápido aumenta.

Vida que lenta se despedaça.

É isto.

Roda-moinho das horas.


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