Sempre pensei em elaborar bem meus escritos, mas uma amiga ai me disse que escrevo bem e que só não deveria me preocupar tanto com metro, forma, simetria... Enfim, tinha que ser livre e feliz.
Então, desencanei.
Desencanei depois de um longo processo de descompromisso e desencantei de querer impressionar (afinal quem não quer reconhecimento?)
No final o que nos sobra de uma atitude assim é aquele efeito reverso e contraditório: quanto mais buscamos o reconhecimento e a afirmação da identidade lá fora, menos nos reconhecemos aqui dentro.
Obrigado Mari Ana Marcondes, esse é pra você.
Jardim de pedra
Além das nuvens, um firmamento.
Tenho consciência
das estrelas que brilham.
Os homens plantam prédios.
Carros, carruagens
de uma novelha era.
Tão próximo o que é distante
e o que é próximo, não se sabe,
não se enxerga (a)o certo.
O homem faz (um)a natureza
artificial como seus desejos.
Deus déspota, expulso do paraíso.
Como seus desejos, com água
E farinha.
Aliás, comi um dia.
Devorei uma noite tranquila,
num passar compassado
na avenida.
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